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terça-feira, 13 de julho de 2010

A CRÍTICA À IMPRENSA É UM DEVER INTELECTUAL; A TENTATIVA DE CONTROLÁ-LA É UMA TARA POLÍTICA...

“Ah, você parece o PT. Também vive criticando a imprensa”, sugere um leitor. Pois é… Vivo, sim. Só que há uma diferença: eu a critico abertamente, cito nomes quando necessário, mas não quero controlá-la nem disponho de instrumentos para tanto. Logo, eu participo de um debate. Os petistas querem acabar com ele. Percebem a diferença? Não só isso. Não disponho de verba oficial de publicidade para premiar os jornalistas amigos. Não uso a TV Pública ou estatais para financiar blogueiros, jornais, TVs e revistas de cupinchas. Também não organizo conferências de comunicação ou de supostos direitos humanos para criar hordas fascitóides para “controle da mídia”, tampouco escrevo uma proposta como essa e a envio devidamente rubricada ao TSE.



Eu faço o debate democrático, interpreto, opino, bato, apanho, e meu único “poder” é esta página. Os petistas são de outra natureza: querem usar o poder que conquistam nas urnas para tornar essas mesmas urnas irrelevantes. Como? Cerceando o debate. Eles querem controlar a imprensa — eu quero que ela seja livre.



Mas não quero que ela seja livre apenas das amarras estatais. Eu também não a quero, e escrevo a respeito, como mera caixa de ressonância de um partido político, como tem acontecido com muita freqüência. No post anterior, escrevo sobre esta inacreditável pauta dos pedágios em São Paulo e de sua impressionante, estonteante, vigarice intelectual, técnica e política. E por que a “pauta pegou”? Porque franjas do partido estão devidamente representadas nas redações de jornais, TVs, rádios e revistas.



Não é assim porque eu quero; é assim porque é um fato. Um militante petista, sabe-se lá com qual critério, criou um blog com a suposta arrecadação dos pedágios no estado — não há lá nada além disso. O Estadão Online achou isso tão importante que deu destaque na página de política. Se um tucano criar o “mortômetro” da Régis Bittencourt, merecerá a mesma atenção?



O meu “mau hábito”, para alguns, é dizer o que penso e chamar as coisas pelo nome. Mas não quero criar um “Conselho Federal de Jornalismo”; não quero criar comissões para avaliar o teor de correção política das reportagens; não quero fazer ranking de veículos afinados com causas que eu considere as corretas. Eu quero é fazer o debate, como faço. E o outro que diga o que pensa.



E aponto, sim, as mentiras. Retomo um aspecto de um texto de ontem: a verdade de um fato tem de ser a base da notícia ela mesma, da interpretação e também da opinião. O sujeito que opina ou interpreta não está menos obrigado a lidar com fatos do que aquele que só noticia.



O que não pode, o que é detestável, é dar uma notícia pela metade, ignorando dados de um problema para, por intermédio de uma abordagem supostamente objetiva, produzir , com a omissão, uma mentira. Como se faz com os pedágios (ver texto acima).



Critico, sim, a imprensa. Quem é realmente do ramo sabe que essa crítica nasceu junto com o jornalismo como o conhecemos. Só que eu a faço por amor à pluralidade, e eles, por ódio.



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